26/04/2017

Aonde você vai com essa etiqueta?




Quem é você? Por que não é daquele jeito? O que há de errado com seu jeito de ser? Por que você não consegue ser assim? Aonde foi que você esqueceu sua verdadeira face? Qual é o motivo da sua solidão? Qual é o sentido da sua falta? Aonde você vai com essa etiqueta? Que marca é essa? Quem te vendeu? Por que tu comprou? Qual é teu tamanho? Por que parece não caber em você mesmo quando não tá grande nem pequeno? Por que não amarrota? Por que não suja? Como é possível não haver rasgos? Por quanto tempo tão sublime?

 E aquela roupa antiga? Esquecida no fundo do armário. Foi presença em tantos momentos e agora é só aquela roupa antiga esquecida no fundo do armário. No fundo do armário. Mas aonde é que você vai com essa etiqueta? Por que não tira? Por que quer caber em outras quando tu tem aquela que possui o caimento ideal para você? Quando foi que se guardou e por quê? Abre teu armário com saudade, desamarrote, vista aquela, ela ainda te cabe. Sem etiquetas, sem marca, simples, manchada, usada, horrível. Tudo de ruim até você vestir. É confortável, cheira bem e é toda sua se você parar de resistir.

 Quem é você que não é daquele jeito? Não há nada de errado em seu jeito de ser. Ainda bem que você não é assim... do tipo que esqueceu sua verdadeira face em algum lugar ruim. Solidão não é sua verdade, você faz falta sim. É bom não usar uma etiqueta, é bom não ter uma marca, tu não precisa que te vendam, nem precisa comprar, tu já tem o que cabe em você. Amarrote, suje, rasgue, imperfeições servem para lembrar daquele lado, lembrar que perfeição mesmo é poder se vestir da forma que quiser, sem etiquetas rotulando quem você é.




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